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terça-feira, 25 de setembro de 2012

Não sei...




"Não sei perder minha vida"
Não sei qual a minha culpa mas, peço perdão.
A luz do farol revelou-os tão rapidamente que não puderam ver.
Peço perdão por não ser uma "estrela" ou o "mar"ou por não ser alegre
mas coisa que se dá.
Peço perdão por não saber me dá nem a mim mesma,
para me dar desse modo a minha vida se fosse preciso
mas, peço de novo perdão
não sei perder minha vida.

Clarice Lispector


domingo, 26 de agosto de 2012

Hoje acordei...


Hoje me acordei pensando em uma pedra numa rua de Calcutá. Numa determinada pedra numa rua de Calcutá. Solta. Sozinha. Quem repara nela? Só eu, que nunca fui lá. Só eu, deste lado do mundo, te mando agora esse pensamento... Minha pedra de Calcutá!

Mário Quintana

sábado, 25 de agosto de 2012

Solidão...




...Que minha solidão me sirva de companhia.
que eu tenha a coragem de me enfrentar.
que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.

Clarice Lispector


sexta-feira, 24 de agosto de 2012

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Desejo...




Desejo o simples sabor da liberdade
nem que seja, simplesmente por um segundo
Desejo neste mínimo segundo,
ter com essa liberdade, o simples poder de sonhar
com a vida leve e flutuante

Desejo voar nem que seja, somente com minha imaginação.

Imaginar como seria, como poderia ser se eu conhecesse a liberdade

Desejaria também sentir o prazer,
não o universo vísivel a todos
mas, o universo oculto dentro de mim...


Autor desconhecido



segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Não sei...




Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram...
Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!


Clarice Lispector


segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Nós dois...




E nós que nem sabemos quanto nos queremos
Que nem sabemos tudo que queremos
Como é difícil o desejo de amar

Você que nem me soube quanto eu quis
Que não coube, não me viu raiz
Nascendo, crescendo nos terrenos seus

Eu da janela olhando a lua, perguntando a lua 
Onde você foi amar?

E nós que nem soubemos nos querer de vez
Estamos sós, laçados em dois nós
Um que é meu beijo o outro é o lábio seu

Não sei sair cantando sem contar você
Que eu sei cantar, mas conto com você
Que eu vou seguir, mas vou seguir você

Queria que assim sabendo se a gente se quer
Queria me rimar no seu colo mulher
Vencer a vida donde ela vier

Ganhar seu
Chegar no chegar meu
Dar de mim o homem que é seu
 
 
Tadeu Franco
 
 
 

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Sou...



"Sou composta por urgências: minhas alegrias são intensas; minhas tristezas, absolutas. Me entupo de ausências, me esvazio de excessos. Eu não caibo no estreito, eu só vivo nos extremos”


Clarice Lispector



sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Ata-me ...



De corpo e alma, ata-me,
tronco firme de amor.
Carrega-me,
amarras rubras de sangue,
deslizando juntos,
eternidade afora, ata-me.

Clau Assis


quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Na paz do seu sorriso



Na paz do seu sorriso
Meus sonhos realizo
E te beijo feliz
E na ânsia mais louca
No céu da sua boca
No alto as estrelas me dizem
Meu bem
Que a vida é isso
Que eu vivo por isso
Que você me dá, me dá
Na paz do seu sorriso
Meus sonhos realizo
E te beijo feliz
E a beleza é nada
Se for comparada
Com tudo que eu vejo em você
Meu bem
O amor é perfeito
Me amarro no jeito
Que você me dá, me dá
Tudo isso que você meu bem me dá
Tudo isso que você meu bem me dá
E nós dois num abraço
Rolamos no espaço
Me perco no amor com você
Meu bem
E perco o juízo
Pois o paraíso
É o que você me dá, me dá
Tudo isso que você meu bem me dá
Tudo isso que você meu bem me dá
 

 Roberto Carlos e Erasmo Carlos
 

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

A pessoa errada...



Pensando bem, em tudo o que a gente vê, e vivencia, e ouve e pensa, não existe uma pessoa certa pra gente.
Existe uma pessoa, que se você for parar pra pensar, é na verdade, a pessoa errada.
Porque a pessoa certa faz tudo certinho: chega na hora certa, fala as coisas certas, faz as coisas certas.
Mas nem sempre precisamos das coisas certas.
Aí é a hora de procurar a pessoa errada.
A pessoa errada te faz perder a cabeça, fazer loucuras, perder a hora, morrer de amor.
A pessoa errada vai ficar um dia sem te procurar, que é para na hora que vocês se encontrarem a entrega seja muito mais verdadeira.
A pessoa errada, é na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa.
Essa pessoa vai te fazer chorar, mas uma hora depois vai estar enxugando suas lagrimas, essa pessoa vai tirar seu sono, mas vai te dar em troca uma inesquecível noite de amor.
Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado, mas vai estar toda a vida esperando você.
A pessoa errada tem que aparecer para todo mundo, porque a vida não é certa, nada aqui é certo.
O certo mesmo é que temos que viver cada momento, cada segundo amando, sorrindo, chorando, pensando, agindo, querendo e conseguindo.
Só assim, é possível chegar aquele momento do dia em que a gente diz: "Graças a Deus, deu tudo certo!", quando na verdade, tudo o que Ele quer, é que a gente encontre a pessoa errada, para que as coisas comecem a realmente funcionar direito prá gente.


Luis Fernando Veríssimo



 

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Falando ao coração...



                Desperta, coração! Vamos morar
                Numa casinha branca, ao pé do mar...
                Que seja linda como é linda a Lua
                Que em noites santas pelo Azul flutua:
                Imaculada como a luz do Amor,
                Alva de neve como um sonho em flor.

                Quando a noite vier... Se no meu seio
                Estremeces cheio de receio,
                Tremendo à sombra que amortalha o Dia
                E cobre a terra de melancolia, 
                Longe do mundo e da desesperança,
                Hei de embalar-te como uma criança.

                Quero que escutes o gemer profundo
                Do Mar que chora a pequenez do Mundo
                E ouças cantar a doce barcarola
                Da noite imensa que se desenrola
                Dando perfume ao coração dos lírios,
                Trazendo sonhos para os meus martírios.

                E quando o Sol nascer; quando, formosa
                Como uma garça branca e misteriosa
                Batendo as asas cor de neve, a Aurora
                Vier cantando pelo mundo a fora,
                       Rufla as asas também... e forte, então,
                Tu podes palpitar, meu coração!

                Acorda para a Vida e canta e canta,
                O Sol da Terra - iluminada e santa!
                Deixa o teu sonho de saudade e dores
                Dormir no seio trêmulo das flores...
                E foge e foge pelo Espaço, à toa,
                Pomba exilada que a seus lares voa!

                Esquece a louca e pálida amargura
                Que ha tantos anos meu viver tortura...
                Canta o teu hino de ilusão querida,
                Esquece tudo o que não seja a Vida,
                E, para o Céu das alegrias mansas, 
                Conduz nas asas minhas esperanças...

                Não vês? Minh!alma é como a pena branca
                Que o vento amigo da poeira arranca
                E vai com ela assim, de ramo em ramo,
                Para um ninho gentil de gaturamo...
                Leva-me, ó coração, como esta pena
                        De dor em dor até a paz serena.

                Desperta, coração, vamos morar
                Numa casinha branca, ao pé do Mar...
                Quero que escutes, a sonhar comigo,
                A queixa eterna do Oceano amigo
                E ouças o canto triunfal da Aurora
                Batendo as asas pelo Mar a fora...


Rubens Campos


sexta-feira, 13 de abril de 2012

Dois amantes...


Dois amantes felizes não têm fim nem morte,
nascem e morrem tanta vez enquanto vivem,
são eternos como é a natureza.

Pablo Neruda


A um ausente...


Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?

Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste

Carlos Drummond de Andrade


sexta-feira, 23 de março de 2012

Flores dificeis de cultivar...



Nunca notou que mulheres como eu não são fáceis de se ter; são como flores difíceis de cultivar. Flores que você precisa sempre cuidar, mas que homens que gostam de praticidade não conseguem. Homens que gostam das coisas simples. Eu não sou simples, nunca fui. Mas sempre quis ser sua.

Caio Fernando Abreu.


Porque a vida segue...



Porque a vida segue. Mas o que foi bonito fica com toda a força. Mesmo que a gente tente apagar com outras coisas bonitas ou leves, certos momentos nem o tempo apaga. E a gente lembra. E já não dói mais. Mas dá saudade. Uma saudade que faz os olhos brilharem por alguns segundos e um sorriso escapar volta e meia, quando a cabeça insiste em trazer a tona, o que o coração vive tentando deixar pra trás."

Caio Fernando Abreu.

quinta-feira, 22 de março de 2012

De vez em quando...



“De vez em quando eu vou ficar esperando você numa tarde cinzenta de inverno, bem no meio duma praça, então os meus braços não vão ser suficientes para abraçar você e a minha voz vai querer dizer tanta, mas tanta coisa que eu vou ficar calada um tempo enorme. só olhando você, sem dizer nada só olhando e pensando: “meu Deus, mas como você me dói de vez em quando…”

Caio Fernando Abreu

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Quando chorar...


Há um tipo de choro bom e há outro ruim. O ruim é aquele em que as lágrimas correm sem parar e, no entanto, não dão alívio. Só esgotam e exaurem. Uma amiga perguntou-me, então, se não seria esse choro como o de uma criança com a angústia da fome. Era. Quando se está perto desse tipo de choro, é melhor procurar conter-se: não vai adiantar. É melhor tentar fazer-se de forte, e enfrentar. É difícil, mas ainda menos do que ir-se tornando exangue a ponto de empalidecer.
Mas nem sempre é necessário tornar-se forte. Temos que respeitar a nossa fraqueza. Então, são lágrimas suaves, de uma tristeza legítima à qual temos direito. Elas correm devagar e quando passam pelos lábios sente-se aquele gosto salgado, límpido, produto de nossa dor mais profunda.
Homem chorar comove. Ele, o lutador, reconheceu sua luta às vezes inútil. Respeito muito o homem que chora. Eu já vi homem chorar.
 
 
Clarice Lispector
 
 
 


Não deixe o amor passar...


Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.
Se os olhares se cruzarem e, neste momento,houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d’água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.
Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente: O Amor.

Por isso, preste atenção nos sinais - não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: O AMOR.


Carlos Drummond de Andrade


terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Saudades...



Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida.
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,
quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,
eu sinto saudades...

Sinto saudades de amigos que nunca mais vi,
de pessoas com quem não mais falei ou cruzei...

Sinto saudades da minha infância,
do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro,
do penúltimo e daqueles que ainda vou ter, se Deus quiser...

Sinto saudades do presente,
que não aproveitei de todo,
lembrando do passado
e apostando no futuro...

Sinto saudades do futuro,
que se idealizado,
provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser...

Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei!
De quem disse que viria
e nem apareceu;
de quem apareceu correndo,
sem me conhecer direito,
de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.

Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito!

Daqueles que não tiveram
como me dizer adeus;
de gente que passou na calçada contrária da minha vida
e que só enxerguei de vislumbre!

Sinto saudades de coisas que tive
e de outras que não tive
mas quis muito ter!

Sinto saudades de coisas
que nem sei se existiram.

Sinto saudades de coisas sérias,
de coisas hilariantes,
de casos, de experiências...

Sinto saudades do cachorrinho que eu tive um dia
e que me amava fielmente, como só os cães são capazes de fazer!

Sinto saudades dos livros que li e que me fizeram viajar!

Sinto saudades dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar,

Sinto saudades das coisas que vivi
e das que deixei passar,
sem curtir na totalidade.

Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que...
não sei onde...
para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi...

Vejo o mundo girando e penso que poderia estar sentindo saudades
Em japonês, em russo,
em italiano, em inglês...
mas que minha saudade,
por eu ter nascido no Brasil,
só fala português, embora, lá no fundo, possa ser poliglota.

Aliás, dizem que costuma-se usar sempre a língua pátria,
espontaneamente quando
estamos desesperados...
para contar dinheiro... fazer amor...
declarar sentimentos fortes...
seja lá em que lugar do mundo estejamos.

Eu acredito que um simples
"I miss you"
ou seja lá
como possamos traduzir saudade em outra língua,
nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha.

Talvez não exprima corretamente
a imensa falta
que sentimos de coisas
ou pessoas queridas.

E é por isso que eu tenho mais saudades...
Porque encontrei uma palavra
para usar todas as vezes
em que sinto este aperto no peito,
meio nostálgico, meio gostoso,
mas que funciona melhor
do que um sinal vital
quando se quer falar de vida
e de sentimentos.

Ela é a prova inequívoca
de que somos sensíveis!
De que amamos muito
o que tivemos
e lamentamos as coisas boas
que perdemos ao longo da nossa existência...

(Clarice Lispector)



quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Só o tempo...

Quem pode dizer aonde vai a estrada ?
Para onde vão os dias ?
Só o tempo

E quem pode dizer se o seu amor crescerá
conforme seu coração escolher ?
Só o tempo


Quem pode dizer porque seu coração suspira
conforme seu amor flutua ?
Só o tempo

E quem pode dizer porque seu coração chora
quando seu amor morre?
Só o tempo


Quem pode dizer quando os caminhos se cruzam
que o amor deve estar
em seu coração ?

E quem pode dizer quando o dia termina
se a noite guarda todo o seu coração ?
se a noite guarda todo o seu coração...


Quem pode dizer se o seu amor crescerá
conforme seu coração quiser ?
Só o tempo

E quem pode dizer aonde vai a estrada ?
Para onde vão os dias ?
Só o tempo

Quem sabe?
Só o tempo

Quem sabe?
Só o tempo

(Enya)

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A poesia deitada sobre a cama



Quero a poesia assim
Deitada sobre a cama
Domada
Submissa
Quieta e flutuante
Neste momento é assim que a quero
Quero penetrá-la
Tocá-la
Forrar os espaços em branco
com a poesia deitada sobre a cama
Quero poder carregar a poesia
e fazer com que ela sinta o meu desejo
A poesia deitada deixará seu leito para se juntar
Ao meu sentimento e irá encontra os teus olhos

(Josi Vice)



Chuva

Chuva, caindo tão mansa,
Na paisagem do momento,
Trazes mais esta lembrança
De profundo isolamento.

Chuva, caindo em silêncio
Na tarde, sem claridade...
A meu sonhar d'hoje, vence-o
Uma infinita saudade.

Chuva, caindo tão mansa,
Em branda serenidade.
Hoje minh'alma descansa.
— Que perfeita intimidade!...

(Francisco Bugalho, in "Paisagem" )


SOMAIA - Acróstico


Sua beleza é única.
Os seus olhos, brilham com pedras preciosas
Marcante com sua força interior
Amar é sua meta
Incomparável
AMAR, AMAR, AMAR

(Marta Zacchi)




terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Acordar, viver


Como acordar sem sofrimento?
Recomeçar sem horror?
O sono transportou-me
àquele reino onde não existe vida
e eu quedo inerte sem paixão.


Como repetir, dia seguinte após dia seguinte,
a fábula inconclusa,
suportar a semelhança das coisas ásperas
de amanhã com as coisas ásperas de hoje?


Como proteger-me das feridas
que rasga em mim o acontecimento,
qualquer acontecimento
que lembra a Terra e sua púrpura
demente?
E mais aquela ferida que me inflijo
a cada hora, algoz
do inocente que não sou?


Ninguém responde, a vida é pétrea.


Carlos Drummond de Andrade