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quarta-feira, 31 de julho de 2013

terça-feira, 30 de julho de 2013

Carlos Drummond de Andrade


A minha vontade é forte, mas a minha disposição 
de obedecer-lhe é fraca.

Carlos Drummond de Andrade



domingo, 21 de julho de 2013

Sem palavras...

                      
                                                          Eu em meu mundo...
                                                                 só e só
                                                                 Só maia
                                                                

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Masoquismo



Passados
Não se extinguem à meia noite
Mas na simplicidade
da água saudade
Que o piscar dos olhos propicia

E o passado também se lê no amor que morre
Por vezes assassinado de tão necessário
Que tê-lo sepulto em cova profunda
Abaixo do concreto das todas emoções
Torna-se vital questão de sobrevivência

Contudo, humano que somos
Não esperemos que após fenecido
O amor alce vôo à galáxias distantes
Ou asse em alumínio e fogo brando
Das azeitadas panelas do diabo

Todavia impõe o imprevisível bom senso
Fazer-nos retornar ao fim do terceiro dia
À caça de lazaras fendas nos veios do cimento
Pois comum a este nobre e profano sentimento
É ressuscitar-nos para outros tantos sofrimentos
 
 
Véio China
 
 

domingo, 7 de julho de 2013

Não se mate.


Carlos sossegue, o amor
é isso que você está vendo׃
Hoje beija, amanhã não beija,
depois de amanhã é domingo
e segunda-feira ninguém sabe o que será.

Inútil você resistir
ou mesmo suicida-se.
não se mate, oh não se mate,
reserve-se todo para
as bodas que ninguém sabe
quando virão,
se é que virão.

O amor Carlos, você telúrico,
a noite passou em você,
E os recalques se sublimando,
Lá dentro um barulho inefável,
Rezas, vitrolas, santos que se persignam
Anúncios do melhor sabão,
barulho que ninguém sabe
de que, pra quê.

Entretanto você caminha
melancólico e vertical.
Você é a palmeira, você é o grito
que ninguém ouviu no teatro
e as luzes todas se apagam.
O amor no escuro, não, no claro,
É sempre triste, meu filho, Carlos
Mas não diga nada a ninguém,
Ninguém sabe nem saberá.


Carlos Drummond de Andrade



Poema do livro Reunião – 10 livros de poesia. São Paulo – José Olympio, 1969. p. 26