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quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Olhos





Vi teu olhar... Desinteressado talvez, mas que eclodiu em mim, um vulcão de sentimentos adormecidos, pelo tempo e pelo cansaço. Um olhar apenas, no entanto, avivou aquilo que nego despertar. Olhos castanhos, que acenderam a chama, que um dia me fizeram emergir de mim mesma. Não há como negar, seu olhar ainda, somente ele, atordoa, alicia, perturba... Sim, percebi seu olhar e desorientei-me em angustiadas lembranças. Neste curso, encontrei uma saudade incessante e perdi meu chão, ousei gritar, entretanto, fracassei, vencida pelas recordações afloradas. Precisei de ar, do seu ar... Caminhei vagarosamente até a sala e abri as janelas, senti um vento impetuoso adentrar no ambiente, abracei-me e neste ápice, seus olhos, mais uma vez, alcançaram os meus. Olhos poderosos, que desconhecem a força, que até hoje, exercem sobre esta mulher. O poder de uma águia, que me envolve e que em livre vôo lança-se no infinito, solto e cativo unicamente pelos meus olhos, que silenciosos os seguem atentos. Baixei a cabeça lentamente, a fim de desviar a atenção do pássaro, suspirei resignada e perdida em devaneios, fechei as  minhas janelas para não mais o olhar.


Somaia Gonzaga


sábado, 2 de janeiro de 2016

Você...




Doce inventor,
Caro companheiro,
Delicado incógnito,
Gentil amado,
Terno despercebido,
Meigo amante,
Cortês mestre,
Solitário pedinte...

Premiou o amor!
É um desejo
Sempre presente.

Miragem
Que nunca some

E a inspiração
Que sempre surge!


Joyce Gomes