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segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Galho seco




Eu gostava daquele pássaro de feição assustada Aprisionado como um bandido dentro de mim Refém das minhas ansiedades e sentimentos Que jamais notaram que o amor pode sufocar Foi um tempo de álibis e cegas esperanças Ludibriando meus incontáveis devaneios Que mimavam um pássaro meigo e confuso Forçado a deixar a vida menos insuportável Contudo para tanto peso era mais que justo Que o pássaro reivindicasse o seu espaço Portanto abri as portas e fiz-me sentir dor Nas estacas do abandono que me cravavam E foi assim por transversos discernimentos Que o pássaro num canto triste se libertou E voou o mais alto e o tão longe que pôde E navegou todas as decisões dos seus pares Sobrevoando os céus dum mundo Sobriamente cinza e tão somente seu Pois em seus vôos quase não há cores Mas sim tempestades por onde pouse Sim, sei que tudo permanece no passado Assim como sei que em tempo presente Haverá desenganos de sua sensibilidade Que se amputa à doce nostalgia do olhar Olhar que não me nega as verdades que conheço Pois quando vaza sua saudade transborda também A necessidade de rever e se amparar nessa árvore Que agora se despe das contradições e lamentos E deste jeito a vida segue, a dele e a minha Numa fria realidade que desaponta dedos Não há tristezas e tudo está como deve ser Afinal a dor dói tanto que desiste de doer Infelizmente nada fere a árvore que me tornei Não tenho raiz e nem o viço das antigas ramas Sou apenas caule tombado que não mais seiva E nem ressuscita no vento das quatro estações Hoje quem vê o abandono dessa árvore Orvalhada na opaca crueza do cimento Percebe nela a indiferença ressequida Onde não há sensação do frio ou calor Pois o que resta é angústia, é secura de vida Melancolia inerte fustigando os galhos secos Definhados na languidez dum corpo-tronco Até que a sábia natureza, encolerizada... ... os assopre como se fossem pó Copirraiti15Jul2013 Véio China©




Amor possessivo


Amor Possessivo . Sempre apanhava. E sempre ganhava flores em seguida. Relevava. Foram ramalhetes, arranjos... E, finalmente, uma coroa.

Glauber Vieira Ferreira




Novas versões sobre velhas fotos II


quarta-feira, 26 de junho de 2019

Céu em prantos

 

Chuva c
                a
                        i...

E sossega minh'alma!



Somaia Gonzaga



terça-feira, 18 de junho de 2019

Memória...



Lembranças de um reencontro,
De mil encantos.
Ainda que es
                         p
                            o
                                 r
                                      á
                                           d
                                                  i
                                                           cos
APaixonados!
Ah! Inefáveis encontros...
Interrompidos sem nenhum quebranto.
                      

Somaia Marguerite



                           
                             
                               
                                                                                               
                                                                                                 
                 








sexta-feira, 3 de maio de 2019

Contenda



A gente evita,
É prudente...
Disfarça não fugir,
E Sabe que mente...
Tenta,
Intenta,
Inventa
Foge e Busca.

Uma luta...

sexta-feira, 26 de abril de 2019

Prisioneira

Com ardor
encontro-me
encarcerada, distante...

não há vazio, nem tristeza,
a doce solitude me acolhe,
me toma as horas, dias, meses.

e me lança às ruas íngremes, além de mim...


Somaia Marguerite Gonzaga




terça-feira, 23 de abril de 2019

Ainda...




Coisas que a gente se esquece de dizer

Frases que o vento vem as vezes me lembrar

Coisas que ficaram muito tempo por dizer

Na canção do vento não se cansam de voar

Você pega o trem azul, o Sol na cabeça

O Sol pega o trem azul, você na cabeça

Um sol na cabeça


Lô Borges



terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Saudade




Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já…
Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida…
Saudade é sentir que existe o que não existe mais…
Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam…
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.
E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.

Pablo Neruda