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sábado, 20 de novembro de 2010

Onde estivestes de noite




Ah, e dizer que isto vai acabar, que por si mesmo não pode durar. Não, ela não está se referindo ao fogo, refere-se ao que sente. O que sente nunca dura, o que sente sempre acaba, e pode nunca mais voltar. Encarniça-se então sobre o momento, come-lhe o fogo, e o fogo doce arde, arde, flameja. 
Então, ela que sabe que tudo vai acabar, pega a mão livre do homem, e ao prendê-la nas suas, 
ela doce arde, arde, flameja.


(Clarice Lispector)



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