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sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Amo-te não sei porquês

 



Amo-te porque não sei porquês,
Num quanto que só sei que não sei quanto
Amo-te no duplo do que vês
E enquanto assim não vês
amo num enquanto

Amo-te na calma e no espanto
de que não mais assim ame talvez
Amo-te de sempre e em todo canto
que exista, que existiu ou não se fez

Amo-te sem quandos, quais e quês
sem se, sem todavia e sem porquanto

Amo-te sessenta dias por mês

E em cada santo dia e dia santo
Amo-te em todos de uma só vez
E em um dia de cada vez
amo outro tanto

 

Autor: Antoniel Campos
Voz: Somaia Marguerite Gonzaga
Música: Luiza - Tom Jobim




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